«A maternidade de substituição mais económica na Europa está na Ucrânia, o país mais pobre da Europa.» A página da clínica BioTexCom, especializada nas denominadas “barrigas de aluguer”, comete um clamoroso autogolo ao certificar que esta prática e a pobreza estão estreitamente ligadas. Onde há mais miséria, mais mulheres estão dispostas a prestar-se a um “serviço” que só por hipocrisia alguns chamam “solidário”. O confinamento imposto pela pandemia fez sobressair de maneira gritante as consequências da desumana prática das barrigas de aluguer: a vida de dezenas de recém-nascidos em berços alinhados num hotel em Kiev, à espera que os casais compradores vão retirá-los, está a fazer arrepiar o mundo inteiro. As crianças estão alimentadas e tratadas, é verdade, mas sem mães e pais ao lado. Apátridas. De ninguém.
Até na permissiva Ucrânia se levantam vozes indignadas, inclusive autorizadas, como as da Garante dos Direitos Humanos, Lyudmyla Denisova, e do Comissário presidencial para os D ...
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