50 Anos Jornal de Vieira  1972 - 2022

Editorial

Em louvor do sacerdócio

          

No mês de Agosto, depois das festas populares dos meses maiores, de feriados municipais e nacionais, mul­ti­plicam-se as festividades re­­ligiosas e as celebrações ju­bilares. Ordenações sa­cer­­­­dotais, missas novas, bo­das de prata e de ouro, ca­sa­­mentos, batiza­dos, num país ainda tradicionalmente católico, repetem-se ciclica­mente.
A Igreja está em festa. Movimenta “mundos e fundos” em aliança com o poder po­lí­tico e “em louvor do sacer­dó­cio”, numa dinámi­ca, nem sempre evangeli­za­dora e por vezes próxima dos modelos empresariais, à procura de êxito, excelência e pro­ta­gonis­mo.
Ora o sacerdócio não é o iní­cio duma carreira ecle­siás­tica na procura de pontos de curriculum para a re­ce­pção de títulos, dignidades ou benefícios.
Se fazemos da fé uma dança em volta de nós próprios, a Igreja torna-se uma empresa, a evangelização uma técnica e o sacerdócio uma pedra de xadrez desenhado num qualquer quartel-general de religião. Visto co­mo “carreirismo”, o sacer­dó­cio é a degradação total da missão da Igreja, porque a sua primordial vocação é “re­zar e ensinar o povo a re­zar” (Paulo VI).


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