No mês de Agosto, depois das festas populares dos meses maiores, de feriados municipais e nacionais, multiplicam-se as festividades religiosas e as celebrações jubilares. Ordenações sacerdotais, missas novas, bodas de prata e de ouro, casamentos, batizados, num país ainda tradicionalmente católico, repetem-se ciclicamente.
A Igreja está em festa. Movimenta “mundos e fundos” em aliança com o poder político e “em louvor do sacerdócio”, numa dinámica, nem sempre evangelizadora e por vezes próxima dos modelos empresariais, à procura de êxito, excelência e protagonismo.
Ora o sacerdócio não é o início duma carreira eclesiástica na procura de pontos de curriculum para a recepção de títulos, dignidades ou benefícios.
Se fazemos da fé uma dança em volta de nós próprios, a Igreja torna-se uma empresa, a evangelização uma técnica e o sacerdócio uma pedra de xadrez desenhado num qualquer quartel-general de religião. Visto como “carreirismo”, o sacerdócio é a degradação total da missão da Igreja, porque a sua primordial vocação é “rezar e ensinar o povo a rezar” (Paulo VI).
...
Comentários
Comentar artigo