A feira do fumeiro de Montalegre realizada de 24 a 27 de janeiro excedeu as expectativas locais a ponto da comunicação social adiantar que “até os da casa ficaram surpreendidos”. Com cerca de 50 mil visitantes e uma receita de 5,7 milhões de euros, quando a previsão se situava em menos de metade é, de facto, motivo de orgulho, mais ainda por se tratar de uma zona do interior serrano, com um clima agreste nesta época do ano e com um ambiente cultural bem diferente do que prolifera no litoral urbano, onde habitará a generalidade dos visitantes.
Poderá parecer de certo modo estranho fazer uma abordagem textual sobre o assunto, porém, foi precisamente o sucesso do que ali se passou que me levou a olhar a realidade e a refletir sobre ela. Este exemplo deveria servir para mostrar aqueles que dizem que o interior não tem saída, que de facto não será bem assim, ao que estará implícito ser dirigido por pessoas conhecedoras, com capacidades de planeamento e de organização e com vontade de dar o seu melhor, isto é, de trabalhar. O sucesso conquista-se, mas para lá chegar há um longo caminho, incerto e sinuoso a percorrer.
Mostra por outro lado que o interior, na sua diversidade - tradições, gastronomia, paisagem, tranquilidade é um mundo que não se esgota em tudo aquilo que tem para oferecer ...
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