50 Anos Jornal de Vieira  1972 - 2022

Opinião

Caixa Geral dos Despojos

          

Quem se lembra da publicidade te­­levisiva à Caixa Geral de Depósitos (CGD) com o antigo selecio­nador na­cional de futebol, Luiz Fe­li­pe Scolari? Jogando com as diferenças das palavras entre Portugal e o Brasil, rema­ta­va: “Banco é fácil! Banco? Banco é Caixa!” Uma corja ne­potista de banqueiros, polí­ticos, empresários e investi­do­res pouco idóneos te­rá levado isto tão a sério que fa­cil(mente) (en)­Cai­xa­(ram) uns quantos milhões que agora os contribuintes lorpas - é assim que eles nos veem - estão e con­ti­nuarão a pagar com língua de palmo. Hoje, Portugal sabe que num tempo de crise financeira e um país endi­vi­dado, e um Banco de Por­tu­gal, o super­vi­sor, “a comer do sono”, a CGD também entrou nos festins milionários da Banca. En­quanto os portugueses andavam - e continuam a andar - entretidos com futebóis e programas de voyeurismo e lixo televisivo, uns quantos chi­cos-espertos, impecavelmente vestidos e barbeados, oportunistas perfumados com “cha­néis” e outros que­jandos, num círculo suspeito de troca de favores, iam espoliando uma CGD e uma po­bre pátria de um povo continuamente distraído e resi­gna­­do. Hoje sabemos que a súcia elitista e privilegiada de “gente sábia”, condecorada e me­diática, que manda no nosso país, banqueteou-se a seu belo prazer e saiu sem pagar a conta. Recentemente, um ex-presidente do Banco de Inglaterra dizia que “os bancos tornaram-se demasiado grandes para falir, demasiado grandes para gerir e demasiado grandes para [os banqueiros] serem presos”. Crime sem castigo? É o que está a acontecer em Portugal. Os grandes caloteiros, criminosos ou não, andam im­punes e continuam com uma vida faustosa de grande estilo. Gozam, eu assim me sinto, autenticamente com um país que foi obrigado a tapar os buracos dos rou­­bos e com uma Justiça en­­ferrujada, incapaz e parali­sa­da. Quem acredita num país ou numa democracia assim?


A recente auditoria à Caixa Geral de Depósitos não dei­xa margem para dúvidas! Em prejuízo dos portugueses, ao longo de décadas a concessão de créditos volumosos aos “amigalhaços”, ...

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