Ela sorri de forma meiga e o seu olhar assemelha-se a uma paixão indeterminada, uma graciosa mistura entre visível melancolia e serenidade filosófica.
Visitámos uma destas aldeias arcaicas de Trás-os-Montes, onde de forma abrupta nos vimos confrontados com um estranho sentimento de termos chegado ao horizonte azul do “verdeideirao fim do mundo“. Viemos de longe parar aqui, passando o Parque Nacional de Peneda-Gerês. Descobrimos muitas casas de telhados alaranjados entre a paisagem embrenhada numa vegetação densa e rochosa, facto que confere um cartão-de-visita repleto de autoctonia. Encontrámos mais casas ao entrar na aldeia, situada secretamente por detrás de pedras gigantescas. Uma majestosa combinação entre natureza e fantasia humana, onde construir a sua própria casa entre o basalto, e as rochas escuras podem representar um oásis verdadeiro. De entre os muitos passos labirinticos dados pelo meio destas rochas, sente-se uma vida diária que é feita de altos e baixos, uma montanha russa só em pé. Neste lugar de criação fenomenal não há espaço para carros. Que ambiente saudável e futurista.
Mas onde estão as pessoas desta pitoresca originalidade de pedras? Apenas vimos uma senhora de 80 anos, calculamos nós, vestida a rigor de preto dos pés à cabeça. Estava preplexa na portada da sua casa e confessámo-nos encantados com uma certa elegância da sua figura. Deveria ter no máximo 1,55m, conseguimos adivinhar isso, porque as portadas antigas não deveriam ter mais de 1,60m de altura. Este facto aprendemos nós em visita a outras tantas aldeias antiquíssimas, relíquias autênticas nestas montanhas. Em tempos idos, a altura média de entre esta população não era mais de 1,60m. As portadas baixas evitavam a entrada do calor de verão e do frio no inverno, os animais em baixo do teto comum forneciam aquecimento.
Metemos conversa com ela e vimos nela uma elegância ainda maior. Perguntámos porque razão não víamos ninguém neste local encantador e idílico, nesta infindável montanha. Que sign ...
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