50 Anos Jornal de Vieira  1972 - 2022

Opinião

Rostos de charme e beleza eternos

          

Ela sorri de forma meiga e o seu olhar assemelha-se a uma paixão indeterminada, uma graciosa mistura entre visível melancolia e serenidade filosófica.
Visitámos uma destas aldeias arcaicas de Trás-os-Montes, onde de forma abrupta nos vimos confrontados com um estra­nho sentimento de termos chegado ao horizonte azul do “ver­deideirao fim do mundo“. Viemos de longe parar aqui, passan­do o Parque Nacional de Peneda-Gerês. Descobrimos muitas casas de telhados alaranjados entre a paisagem embrenhada numa vegetação densa e rochosa, facto que confere um cartão-de-visita repleto de autoctonia. Encontrámos mais casas ao entrar na aldeia, situada secre­ta­men­te por detrás de pedras gigantescas. Uma majestosa combinação entre natureza e fantasia humana, onde construir a sua própria casa entre o basalto, e as rochas escuras podem representar um oásis ver­dadeiro. De entre os muitos passos labirinticos dados pelo meio destas rochas, sente-se uma vida diária que é feita de al­tos e baixos, uma montanha russa só em pé. Neste lugar de criação fenomenal não há espaço para carros. Que ambiente saudável e futurista.
Mas onde estão as pessoas desta pitoresca originalidade de pedras? Apenas vimos uma senhora de 80 anos, calculamos nós, vestida a rigor de preto dos pés à cabeça. Estava preplexa na portada da sua casa e confessámo-nos encantados com uma certa elegância da sua figura. Deveria ter no má­ximo 1,55m, conseguimos adivinhar isso, porque as portadas antigas não deveriam ter mais de 1,60m de altura. Este fa­cto aprendemos nós em visita a outras tantas aldeias anti­quíssimas, relíquias autênticas nestas montanhas. Em tempos idos, a altura média de entre esta população não era mais de 1,60m. As portadas baixas evitavam a entrada do ca­­lor de ve­rão e do frio no inverno, os animais em baixo do te­­to comum forneciam aquecimento.


Metemos conversa com ela e vimos nela uma elegância ain­da maior. Perguntámos porque razão não víamos ninguém nes­te local encantador e idílico, nesta infindável montanha. Que sign ...

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