O país foi a votos e o criador matou a criatura. António Costa (PS) pôs fim à geringonça, a padiola parlamentar que lhe permitiu superar a derrota eleitoral de 2015 e o elevou a primeiro-ministro, oxigenando ainda uma improvável solução governativa que durou quatro anos. Qualquer semelhança com a realidade será pura coincidência mas durante a eleitoral campanha vi um António Costa, acalentado por sondagens positivas, a fazer-me lembrar a cigarra de La Fontaine, ufanando-se repetidamente com o crescimento económico, a reposição de direitos ou o aumento do emprego e das exportações – o verão é para aproveitar, como diz a personagem da fábula. Por outro lado, vi um Rui Rio trabalhador, assertivo e competente a desmontar a propaganda das falsas contas certas do governo PS, qual formiga empenhada em contrariar divisões internas e sondagens muito negativas. Foi assim, praticamente, desde o primeiro debate televisivo num frente a frente que mostrou aos portugueses dois políticos diferentes entre si, com posturas e ideias bastante distintas para o país. Vi um PS à procura da maioria absoluta – embora a desdenhasse – e vi em sondagens diárias um PSD a encurtar distâncias.
Perante a sobranceria paternalista da cigarra Costa, vi a formiga Rio mostrar estofo de governante e a decompor as meias verdades difundidas por um governo socialista ao mesmo temp ...
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