Encontro-me numa fila frente a um supermercado, o carrinho de compras ligeiramente nas mãos, bem disciplinado, observando a distância de 2 m conforme a lei 2-A de 20 de março 2020, imperativamente marcado este isolamento social estampado no chão em linhas amarelas. A cada 5 até 7 minutos avanço, como verifico no meu fiel relógio chinês, avaliado num valor de 10 euros. Vou multiplicando os 17 compatriotas em frente a mim com 7 minutos, quando poderei entrar no mercado, para comprar o que preciso para a minha família, enchendo rigorosamente o carinho até ao topo. Felizmente não chove, nem pensar num martírio de tal excesso! Em total vejo uma fila de cerca de 30 pessoas bem mascaradas, algumas com luvas deselegantes. Sem máscara, é certo, ninguém entra! Lutamos juntos contra esta pandemia silenciosa e cobarde.
A nossa vida quotidiana em tempo de confinamento, o serviço militar não pode ser mais regulado. Mas os portugueses têm a calma e a paciência no sangue. Faz lembrar os antepassados dos séculos XV e XVI. Para descobrir América, passaram semanas e semanas sem vento para andar em frente.
Assalta-me a ideia de como poderei transmitir a uma outra pessoa a minha simpatia com um sorriso por detrás da máscara. A maneira usual de abrir a boca, mostrar os dentes e inclina ...
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