Se falarmos com velhotes em lares, muita da conversa trata-se de tempos passados, no sentido de, “tempo perdido na corrida da vida“ ou “ainda falta de tempo para concretizar muita coisa no resto do percurso. Diz um veterano de 90 anos: “Se eu ainda tivesse tempo, fazia tantas coisas, planeadas, mas que nunca puderam ser concluídas: escrever poemas, escrever um livro com a cronologia da minha vida, aprender a jogar xadrez, fazer um retrato da minha mulher, uma escultura, modelando-a com barro e realizar tantas outras fantasias demoradas. De fralda a fralda, não se pode ter todo o programa contido numa felicidade concluída.”
Tem razão. “Meu caro”, atalha uma velhota de 95 anos, com voz baixa e exausta: “se tivesse ainda tempo, decorava a nossa casa com cores modernas, limpava o caos na nossa cave, re ...
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