Opinião
Um desabafo que me emocionou
A expressão emigrante, no ambiente vivencial das comunidades minhotas, na generalidade, incorpora um sentir de sofrimento, originado por uma partida forçada, que as frágeis condições locais a isso obrigavam. Quando li o texto de José Joaquim Marques Pereira, posicionado “em agosto de 1964”, publicado no jornal n.º 1139 de 01/11/2021, pág. 4, o meu consciente logo revisitou esses anos sessenta, tão dramáticos para as comunidades de baixos recursos, mas também para os jovens moços que se recusavam participar na guerra colonial. Portugal encontrava-se numa situação socioeconómica difícil, com índices de pobreza e de analfabetismos muito elevados, sem que da sua conjuntura emanassem expectativas de mudança no médio prazo.
Portugal sempre foi maioritariamente pobre. O conceito de classe média é recente, mas não muito abrangente. A emigração é uma prática centenária, social e familiarmente preocupante ...
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