50 Anos Jornal de Vieira  1972 - 2022

Editorial

A CEIA PASCAL

          
A CEIA PASCAL

Em Quinta-feira Santa, a Igreja una e santa celebra a memória da instituição da Eucaristia, do Sacerdócio e da Caridade, dando início ao mistério dos três dias, o mistério Pascal da Paixão e Ressurreição do seu Senhor.
É a Ceia Pascal, que preenche a memória da pré-história de Israel, passando festiva e definitivamente para um
tempo novo.
Na conclusão do caminho quaresmal, a Igreja prepara-se para celebrar a festa maior das celebrações cristãs: o tríduo pascal, memorial da morte e ressurreição do Senhor Jesus.
Jesus vai celebrar a sua Páscoa com os discípulos. É Ele verdadeiro Cordeiro pascal, imolado na saída do Egipto, como garantia e sinal de libertação. Páscoa é refeição, alimento para a travessia, a caminho do eterno banquete.
Ao longo dos difíceis e incómodos caminhos que levavam a Jerusalém, os pés dos peregrinos feriam-se e sujavam-se por ocasião das festas importantes. Sobretudo os pés dos pobres e estrangeiros que, vindos de lugares mais remotos, caminhavam com enorme sacrifício rumo à grande Cidade Santa, mesmo sabendo que como convertidos não teriam um bom acolhimento. Se encontravam alguma família hospitaleira que os convidava para comer e descansar, o primeiro gesto, o mais misericordioso, era lavar e curar os seus pés feridos. Estas não eram tarefas do dono da casa, mas dever dos escravos. No entanto, era um gesto de enorme caridade humana e espiritual.
Na ceia da festa da Páscoa, enquanto Jesus se reúne com os seus discípulos, ninguém prevê tal gesto e ninguém está disposto a praticar tal tarefa, considerada humanitária mas humilhante para quem a realiza. Excepto Jesus, que como exemplo da sua visão do serviço a faz a cada um deles: “No decorrer da ceia…levantou-se da mesa, tirou o manto e tomou uma toalha que pôs à cintura. Depois deitou água numa bacia e começou a lavar os pés aos discípulos”. (Jo. 13,5)


O gesto simbólico do lava-pés exprime o significado da vida e da morte de Jesus.
“Nesta visão desaparece a fronteira entre a vida e a morte do Senhor, que surgem como único act ...

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