50 Anos Jornal de Vieira  1972 - 2022

Editorial

O santo, pretexto para a festa 

          

Em tempo de Verão as festas religiosas aí estão como atração principal e motivo de encontro festivo de famílias ou pessoas que regressam para rever as suas raízes e olhar-se ao espelho da sua própria história.
Com os dias maiores, embora já em decrescimento, é o tempo favorável a cortejos, quermesses, romarias, filarmónicas e conjuntos musicais com todo o colorido humano que preenche um tempo de lazer.
Apesar de todas as críticas que lhes possamos fazer, o valor antropológico das festas religiosas mantém-se intacto. O convívio, o encontro, a partilha dos valores humanos e cristãos, que a festa proporciona, são realidades que não podem ser desprezadas. A piedade popular, manifestada nas festas e romarias minhotas, é uma riqueza cultural, alavanca na vida comunitária, e inesgotável fonte da nova evangelização. As festas religiosas marcam o ritmo das celebrações festivas das comunidades paroquiais e são na palavra do Papa Francisco, “um tesouro da Igreja”.
Mas por vezes, o santo ou a santa padroeira, apesar do grande respeito e veneração, não passam dum pretexto para a festa. Frequentemente a religiosidade popular é explorada por um sentimentalismo fácil e lucrativo de que o santo é um mero objecto.
Há 25 anos, pela voz autorizada de António Rego, JV escrevia que “a religiosidade popular é uma riqueza humana e cristã. Mas não pode ser girândola de fogo ou folclorismo ensaiado à sombra da Igreja”, porque está em causa a dignidade da religião e do povo cristão.


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