Opinião
O país que temos
Fui surpreendida com um recente levantamento sobre as condições de habitação no país, requerido em 2017 pela Assembleia da República, tornadas agora públicas (J. Expresso 24-02-2018 pp.16-17). A nível nacional, foram identificadas “25.762 famílias em situação de grave carência habitacional”. Diz que «vivem em condições indignas». Dessas famílias, 74% residem nas áreas metropolitas de Lisboa e Porto, áreas onde se concentra o principal desenvolvimento económico, tecnológico e cultural do país.
Aquando dos incêndios que no verão último deflagraram no interior do país causando uma destruição ambiental e humana sem paralelo, responsáveis e intervenientes diretos das respectivas áreas urbanas, mostraram-se surpreendidos com as desigualdades identificadas entre o interior rural e o litoral urbano, que a generalidade desconhecia, dando a entender ser este o melhor dos mundos!
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