De seu nome Alexandre Luís Pereira de Oliveira, esta figura singular de Ruivães, foi durante a sua vida vítima de uma grande infelicidade, que era a sua deficiência, o que lhe valeu ser tolerado por alguns, mas mal amado por muitos para quem era apenas o “mudo de Vale”.
Eu tinha apenas menos oito anos que ele, e vivi o tempo em que ele divertia as pessoas quando aos domingos após a saída da missa e a troco de uma moeda subia a escadaria da casa sobranceira à fonte, passava para a varanda e dali imitava o sr. Abade no púlpito no sermão dominical.
O pessoal delirava,riam-se a bandeiras despregadas, mas a mim metia-me pena não ele, que coitado não discernia, mas as pessoas que o incentivavam e o levavam a cometer o que eu na base da minha já formação religiosa, considerava um pecado.
Outros, pagavam-lhe bebidas {que como é evidente o transtornava) até ao ponto de o verem embriagado e nisso verem mais uma forma de divertimento.
Lembro-me de um dia na festa de S. Bartolomeu, toldado pelo álcool, chorava como um perdido e foi refugiar-se debaixo da pista de carrinhos de choque com eles em movimento, o que ...
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